Salve Professor e demais colegas.
A leitura dos textos propostos para a aula 12, na análise do campo científico, me fizeram viajar em Guerreiro Ramos (sociedade centrada no mercado), Gisales (racionalidade objetiva em oposição a instrumental) e outros. Na sociedade de mercado o único valor que importa é o econômico (financeiro). Quando esses valores são postos em risco por qualquer instituição, inclusive científica, essas instituições tendem a ser deslegitimadas e atacadas. É o que estamos vendo hoje no cenário brasileiro, questão levantada por nossa colega Alice. Existem meios mais “sutis” de se operar essa forma de dominação (como nos indicou o texto de Bourdieu). No contexto brasileiro, porém, o que vemos é algo grotesco, explícito, escancarado. Penso que o professor foi muito feliz em sua análise. As profundas desigualdades de nossa sociedade brasileira (desde sua origem até os nossos dias), agrava ainda mais o problema do nível educacional.
Olhando para dentro do campo, pegando uma “deixa” na fala de Merton sobre a relação ciência e sociedade. O que se percebe é que esses valores (do mercado) tendem a se reproduzir não só na ciência, mas em todas as esferas da vida. Como professores pesquisadores, estamos sujeitos à lógica dessa sociedade, e isso exige de nós uma constante vigilância e autocrítica para não reproduzi-las nos diferentes níveis. Talvez a ideia de recursividade e conexão ética (mais totalizante) entre fins e meios de Grisales nos ajude a superar esse dilema.
Abraço em vocês!