Paraná avalia intoxicações por agrotóxicos
A publicação da norma leva em conta o fato de que “os profissionais da saúde no Brasil carecem de instrumentos clínicos no campo da Toxicologia que orientem o diagnóstico das intoxicações crônicas dos trabalhadores expostos ambientalmente e ocupacionalmente a substâncias químicas reconhecidamente tóxicas e o estabelecimento da relação com o trabalho e/ou o ambiente”; bem como “a necessidade de estabelecer instrumentos facilitadores para a vigilância à saúde de populações expostas a agrotóxicos, com orientações para diagnóstico, tratamento, notificação, reabilitação, prevenção e ações de vigilância sanitária e epidemiológica das intoxicações”.
O protocolo é constituído por uma Ficha de Exposição Ocupacional e Ambiental, que inclui informações sobre moradia, caracterização do contato com os agrotóxicos; uma Ficha de Avaliação Clínica/Anamnese, que trata da história clínica atual e pregressa do paciente; uma Ficha de Avaliação Clínica/Exame Físico, com ênfase em exames neurológicos e complementares; e um Questionário Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), um questionário padronizado pela Organização Mundial de Saúde para avaliação da saúde mental.
Este instrumento será de grande importância para os profissionais da área da saúde que atendem pacientes intoxicados e sofrem grande carência de treinamento e orientação para diagnosticar e tratar casos de intoxicação por agrotóxicos, sobretudo considerando-se que elas constam na Lista de Notificação Compulsória (LNC) – ou seja, o seu registro junto ao Ministério da Saúde é obrigatório. Mais ainda, será de enorme importância para os pacientes, que tendo suas intoxicações corretamente diagnosticadas (o que rarissimamente acontece) terão mais chances de receber tratamento e acompanhamento adequados.
A iniciativa da Secretaria de Saúde do Paraná é um exemplo a ser seguido em outros estados.
Fonte: AS-PTA Boletim 618 – 23 de fevereiro de 2013 http://aspta.org.br/campanha/618-2/